terça-feira, 6 de agosto de 2013

Até quando?

Será que existe um limite saudável para esperar uma pessoa que se foi, mas prometeu voltar? Será que essa mesma pessoa sabe a dor da espera?
Esperar por alguém causa os mais diferentes sentimentos: saudade, ansiedade, angústia... por fim, gera mágoa.
Mágoa por não entender como alguém pode amar tanto, mas ainda assim abrir mão desse amor - seja por qual motivo for -, mas prometendo um dia retornar pra viver tudo aquilo que ainda não havia sido vivido; mágoa por não saber quanto tempo essa espera pode durar; mágoa por não conseguir compreender quais foram as motivações do outro ao tomar uma decisão assim...
As pessoas têm a terrível mania de desistir diante de um obstáculo e depois sofrem por não saber como teria sido se tivessem enfrentado toda aquela dificuldade por, quem sabe, um desfecho muito melhor.
Pense em tudo que se perde ao 'dar um tempo': perdem-se sorrisos, perdem-se momentos, fragiliza-se o amor, fragiliza-se a confiança... ou não! 
É a famosa máxima que diz que 'a distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande.' E é uma realidade... amores verdadeiros sobrevivem a determinados traumas, a distâncias e ainda a rompimentos estúpidos por motivos efêmeros.
Mas quanto tempo dura uma espera sem que ultrapasse o limite da sanidade mental ou ainda da sanidade do próprio corpo? 
Você olha para aquela pessoa e ela parece tão distante e tão impossível de alcançar, de tocar... e ela olha para você tentando fingir que não se importa, mas você a pega te olhando enquanto você se distrai; ela pretende te convencer que não se importa mais, mas na primeira situação de risco, ela mostra o desespero real que sente ao ver que você pode partir e deixá-la pra trás, ainda que não a esqueça.
E a sua vontade é de fugir, de correr pra longe e começar uma vida onde essa mesma pessoa não exista. Mas como? Como é possível ir para outro lugar, conhecer outras pessoas e construir uma vida diferente, se o seu coração te trai a todo momento e te faz lembrar e sentir saudade da pessoa que você deixou para trás?
Até que um dia, surge-se um tempo determinado: estabilizar a vida e seguir um caminho juntos!
Mas ora, quem disse que você já queria encontrar o caminho todo pronto, com tudo bonito, construído e só assim encarar a vida daquele ponto em diante? Você queria era encarar junto as dificuldades, construir tudo em comum acordo, ver as flores brotando pouco a pouco nos caminhos percorridos juntos, lado a lado e telefonar toda a noite pra contar os avanços e os entraves de todos os dias.
Tolice esperar por um momento onde as vidas já estejam completamente nos devidos lugares enquanto dois corações sofrem na escuridão e na dúvida por estarem separados. 
Até quando tanto sofrimento?

domingo, 17 de março de 2013

Cinza



Tinha o costume de observar a chuva e sentir como se ela lavasse a alma; de observar o vento e sentir como se ele levasse embora qualquer tipo de energia ruim; observar as flores e sentir que a vida se renovava a cada florescer...
Tudo fez sentido durante algum tempo, tudo se encaixava de forma harmônica, quase poética. Até que em determinado ponto, tudo aquilo que tinha cores, tornou-se um borrão: a chuva   passou a  ser triste; o vento passou a ser frio; as flores já não mais floresciam.
As estações do ano resumiam-se todas em apenas uma: um frio e sem cor, inverno. Mas do pior tipo de inverno que poderia existir, o inverno da alma.
Onde antes batia um compassado coração, hoje existe no lugar um coração triste e frio e por mais abstrato que possa parecer o somatório de todas essas coisas, é a realidade de alguém que perdeu algo - ou alguém - importante, a realidade de alguém que já não sabe mais amar.
Olhar o Mundo e para o Mundo sem amor, é como admirar o mar em uma noite sem luar: o mais puro breu e por trás ainda existe a sensação do vazio, pois mesmo sabendo da quantidade de criaturas que habitam os oceanos, à noite é como se todas desaparecessem para retornarem somente quando o sol aparece novamente. E é exatamente assim que se enxerga o mundo na ausência do amor: como se todas as criaturas desaparecessem.
É olhar ao redor, saber que tudo está em cores, mas somente conseguir enxergar em cinza escuro.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"Mas o pior não é não conseguir..."


Passamos o tempo inteiro ouvindo tantas recomendações com relação ao amor e nos julgamos completamente entendidos do assunto, até que ele acontece, até que ele chega... Chega e percebemos que não sabemos lidar com esse turbilhão de sentimentos e com tanta informação: o amor vem acompanhado de tantos outros sentimentos e se mal conseguimos administrar o próprio amor, como administrar ansiedade, angústia, medo, ciúme...?
Não, amar não é de todo ruim, pelo contrário: te faz sentir como criança; te faz sentir mais vivo;  sorrir nas horas mais impróprias; faz os planos terem sentido; faz a procura por novidades para contar pro outro no fim do dia, ser extasiante e permanente... Também te faz um ouvinte melhor; te torna mais paciente; mais tolerante; mais humano...
Olhar para alguém e sentir que é aquela pessoa, é um privilégio de poucos; olhar pra alguém pela primeira vez e sentir a mesma coisa, é dádiva de pouquíssimos.
Sim, amor a primeira vista existe e almas afins também. Isso sendo afirmado pela pessoa que menos acreditava no Mundo que pudesse ser real.
Ficar longe da sua metade após tê-la encontrado, te faz ficar perdido como se fosse só mais um em meio a bilhões de pessoas, quando um dia, já se sentiu a pessoa que mais brilhava no globo terrestre; saber que talvez o afastamento tenha um motivo maior e que talvez você nunca entenda – mas ainda assim, aceita –, é sinal de sabedoria; entender e deixar o outro partir, mesmo sabendo que os dois sofrem, é amor em sua forma real; não conseguir seguir em frente e sofrer de saudade, ainda que passado muito tempo, não mostra somente que a vida quer os dois juntos, mas também que no intimo, ainda existe esperança...
E que bom que essa esperança ainda habita o coração, mostra o quão forte e verdadeiro é esse sentimento e quando chegar ao fim, ainda que nada saia como imaginado, apesar da decepção e da possível mágoa e da marca que ficará, não importa! No final das contas “o pior não é não conseguir, é desistir de tentar”.
Deixemos de ser apenas metade e passemos a existir de verdade: que nosso medo do amanhã, nunca nos impeça de tentar e de lutar pelo que queremos e por quem queremos.

sábado, 1 de setembro de 2012

Surpresas

E de repente você se pega apaixonado... 
Sua vida tinha dado uma reviravolta tão grande que você jamais imaginaria que poderia ser contemplado novamente com um sentimento tão maravilhoso.
As músicas lentas, os filmes românticos, os entardeceres... Tudo parece simplesmente, ter sentido novamente.
E você pensa: eu vou fazer as coisas diferentes dessa vez; não vai ter tanta ansiedade; eu não vou criar tantas expectativas; não vou ter tanta urgência e nem sentir tanta necessidade daquela pessoa...
Mas quando vocês trocam olhares, toda a razão é deixada pra traz.. Você tem urgência, você cria expectativas, você quer aquela pessoa ali do lado o tempo todo e sente que a cada despedida você morre um pouco...
Uma das piores coisas do Mundo, é ter o coração vazio e dormir e acordar sem pensar em ninguém, sem querer ter ninguém ali do lado.
Estar solto é bom sim, mas estar preso também pode ser maravilhoso; principalmente se você está preso por vontade, como já dizia o poeta e ainda, quando essa prisão é repleta da liberdade que só um sentimento puro pode trazer.
Nesse momento você questiona o porquê de ter tido tanto medo de se entregar novamente, o porquê de ter perdido tanto tempo chorando e sofrendo por algo que sequer valeria mais a pena, que já pertencia ao passado e que era lá que deveria estar e permanecer.
Pode ser que a mágoa do passado ainda esteja presente e que às vezes venha a tona, mas um novo sentimento, uma nova surpresa, faz essa mágoa se dissolver aos poucos, faz com que todas as feridas restantes cicatrizem.
Começa-se então,  a sentir aqueles calorzinhos na boca do estômago, os sorrisos bobos se fazem sempre presentes novamente e você volta a projetar o futuro e a não querer se privar de nenhum tipo de felicidade ao lado dessa pessoa.
O medo do desconhecido muitas vezes não nos deixa sair do lugar... Você sofreu sim e pode ser que até mais de uma vez! Pode ser, inclusive, que você sofra de novo... Porém, é em meio a erros e acertos, encontros e desencontros, que um dia encontra-se o parceiro(a) de uma vida inteira.
É necessário que tropecemos tanto? Talvez sim. Talvez quantas vezes forem necessárias até que fiquemos suficientemente maduros para suportar toda a intensidade e toda a transformação que um sentimento real, que valha a pena, que seja de verdade, traz às nossas vidas.
Por mais magoado que você já tenha sido, por mais ferido, por pior que tenha sido, quando surgir a oportunidade, não se deve ter medo! Cada caso é um caso, cada pessoa age de uma maneira... E numa multidão de pessoas e sentimentos, em algum momento nosso caminho se cruza com o de alguém e não descruza nunca mais.
E que venham novas sensações, novas pessoas, novos amanheceres e entardeceres ao lado de alguém, novos cheiros deixados na roupa após um abraço, novos gostos após um beijo... 
Que recebamos uma surpresa - de coração aberto -  e que ela dure, se transforme e transforme nossas vidas!!

domingo, 3 de junho de 2012

Retrocessos, Sentimentos, Avanços

E quando pensamos que já havíamos aprendido, percebemos que a vida nunca cansa de nos ensinar novas lições e não para de nos mostrar repetidamente coisas que já sabíamos, mas que insistimos em fazer de novo e de novo: insistimos em errar de novo e de novo.

Em pouco menos de um segundo você pode ir do céu ao inferno e se dar conta de que mais uma vez, a vida vai jogar você no chão a fim de apontar o seu erro; com o simples intuito de fazer você se levantar mais forte, mais maduro, mais preparado...

Nosso maior erro? A boa e velha expectativa... Esperar que o outro faça por você o que você faria por ele, vai culminar numa frustração imensurável!Não que você não deva fazer nada pelo outro, não é isso... 

Faça sim! Afinal, quem não gosta de receber carinho, atenção e dedicação do outro? Enquanto vocês estiverem juntos: que seja eterno enquanto dure! Que aquela seja a única pessoa no Mundo, como se fosse a ultima e como se somente aquele ser pudesse te fazer feliz, como se somente ele fosse o detentor da sua felicidade...

Entregue-se, por que não? Mas mantenha os pés no chão! Deixe o seu coração voar, mas nunca sua razão... Tenha plena convicção de que sonhos terminam no momento em que você abre os olhos: a pior coisa do Mundo, é ver seus castelos desmoronarem na sua frente sem que você possa fazer nada para deter.

Você acredita ter um relacionamento com bases fortes: existe amor, existe carinho, companheirismo, sorrisos, cumplicidade... E de uma hora para outra, parece que nada daquilo existiu um dia; você sente como se só você tivesse vivido tudo aquilo, sente como se só tivesse sido intenso e real para você... É como se você tivesse amado sozinho por muito tempo.

Então, nada melhor do que querer que dure, mas ter em mente que pode acabar...Vai doer e vai doer muito, principalmente quando você sentir que o outro parece indiferente a sua dor. Ele pode até estar sofrendo, mas não vai demonstrar, porque afinal, quem gosta de dar o braço a torcer?

O problema é que o orgulho destrói sonhos felizes desde que o mundo é mundo... Mas como entender que seu orgulho possa ser maior do que o que você dizia sentir por aquele alguém que ficou ali do seu lado durante tanto tempo?

Durante um tempo, você vai querer lutar por tudo aquilo que você acreditava ser o melhor para você, inclusive porque por um período determinado, aquela pessoa era o que você acreditava ser melhor pra você; isso vai durar até o momento em que você percebe que está lutando sozinho, que está gastando suas energias com algo que não tem mais solução, que talvez não tenha mais futuro, que só vai te trazer dor e sofrimento...

Quando você resolve desistir, não quer dizer que você é fraco, aliás quando você sentir falta do que passou, também não se considere fraco... Quando você desiste, você demonstra inteligência, pois de nada adianta gastar tempo e energia lutando só, é uma luta injusta demais; quando você sente falta, só mostra que você guarda na memória os bons momentos vividos, apesar de não querer dizer que você os queira de volta.

Bom mesmo é saber que todas as crises passam, que todos os sorrisos voltam e que novas pessoas chegam...

Sofra o tempo que julgar necessário, se feche, chore, grite, mas quando aquela mola que existe no fundo de todo poço te impulsionar pra cima novamente, esteja radiante e reluza como ouro! 

Porém, sofra sozinho, você consigo mesmo... Para os outros, seja sempre feliz, sorridente, disponível... Ninguém precisa saber da sua dor ou do tamanho da sua dor!

Por fim: "Supere isso e se não conseguir, supere a necessidade de falar sobre isso!"



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A Arte da Escrita

Aprendemos na Escola, ainda muito novos que escrever é realmente uma arte, aprendemos ainda que escrever é produzir e emitir ideias por meio de um assunto concreto, usando canais de comunicação que facilitam o entendimento do receptor.
Durante os anos de colégio, sempre que o assunto era redigir um texto, alguém fazia careta, olhava torto, fazia bico... Enquanto alguns, maravilhavam-se com a ideia de ter que escrever, de mergulhar em algum mundo desconhecido, imaginário e se perder ali.
O escritor apaixona-se ainda nessa fase por essa arte milenar e carrega essa paixão até findar sua vida terrena.
Descobre-se assim, que escrever não é apenas produzir e emitir ideias, escrever é viajar em um Universo paralelo, encontrar, explorar, descobrir novos lugares... Escrever é ajudar alguém com as suas palavras, pois elas sempre tocam o coração das pessoas de alguma maneira!
Dizem que os escritores são, normalmente, pessoas solitárias, deprimidas, de poucos amigos, de muitos amores que não deram certo... Em parte, isso é real sim!
Imaginemos: um local de festa, onde todos estão rindo, brincando, pulando e cantarolando... Será que esse é o lugar ideal para você escrever um conto sobre uma paixão avassaladora, por exemplo?
Escrever é, de verdade, um momento de reclusão, onde o autor precisa de um espaço pacífico, silencioso e a sós com seus próprios pensamentos, para poder produzir algo que toque o coração de alguém; afinal de contas, a mensagem subliminar por trás de cada texto, é a de tocar alguém, fazer com que alguém se identifique com o que você está redigindo.
Por conta disso, aquele que escreve é visto como antissocial, estranho, excluído socialmente; aquele que sofre e faz de suas perdas uma novela mexicana e as transforma em contos.
Os melhores textos, dos maiores autores já conhecidos, foram redigidos em momentos de crise em suas vidas; é da dor que nascem as mais belas poesias, as mais belas palavras...
Quando vemos o quão desvalorizada está nossa língua e o quanto as pessoas estão se afastando dessa arte - da arte da leitura inclusive -, a tristeza é muito grande.
Por que nossas crianças não são influenciadas a ler? E eu não digo somente os livros didáticos do colégio, aqueles super conhecidos que todos temos que ler; falo de uma dinâmica diferente, onde as crianças seriam influenciadas a escolherem algum livro, qualquer livro e não que fossem impostas a ler algo.
Ao chegar na Universidade, você percebe a lacuna deixada por sua formação básica, no momento em que você necessita ler diversos textos para aprender realmente a profissão escolhida ou que você necessita produzir um trabalho Universitário ou mesmo fazer uma prova. A dificuldade é enorme e por que? Porque você não tem e nunca teve o hábito de ler e muito menos teve o hábito de praticar a escrita.
Vejo a escrita - o amor pela mesma - e a leitura como privilégio de poucos: é uma dádiva ter ideias que se transferem para o papel e atingem a várias pessoas, independente se elas gostem ou não ou concordem ou não com aquilo que você está escrevendo; é uma dádiva amar as palavras a ponto de 'devorar' um livro por semana e ter milhões de livros de poesia espalhados pela casa, recorrendo a eles sempre que necessário, por saber que sempre tem uma poesia ali que marca cada fase da sua vida.
A todos os meus amigos escritores, eu digo: agradeçam por esse dom que lhes foi dado e usem com sabedoria, causando os mais variados tipos de sentimentos naqueles que vão ler; ainda que sejam sentimentos ruins, serão sentimentos e isso é sinal de que você está usando seu dom da maneira correta, até porque o verdadeiro prazer é escrever, a leitura dos demais também é prazerosa, porém é um prazer mais superficial. Agradeçam ainda pelo amor e devoção que vocês têm às palavras e elas sempre lhes serão gratas por isso.
Termino com uma citação de Gabriel Perissé, que diz muito sobre aqueles que escrevem e aqui eu me incluo:
"Escrever é vício, é adiar a morte, é 'um ócio trabalhoso', como disse Goethe.
Escrever é fugir, é voltar, é abrir uma janela, é fechar-se em casa, é queimar a casa, é reconstruir a casa, é pregar-se na cruz, é ressuscitar, é recriar o mundo.
Escrever nos torna mais humanos. Nem por isso mais virtuosos. Escrever é roer os ossos do medo. Repudiar a felicidade como facilidade. É inspirar-se quando não há inspiração. É pintar, musicar, teatralizar, filmar, esculpir, dançar."

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

É Fácil Falar

Analise: Quantos problemas você enfrenta todos os dias, desde o momento em que você acorda, até o momento em que você vai dormir? Quantos caminhos você tem que escolher? Quantas coisas você tem que optar fazer ou não? Quantas lágrimas você derrama em determinados momentos?
Agora pense: Quantas pessoas te dão apoio quando você precisa? Quantos amigos ficam do seu lado quando você precisa de ombro, de colo? E na sua família, quantas pessoas ouvem - mas realmente ouvem - o que você tem a dizer, ouvem suas lamentações?
Ser bom ouvinte e bom conselheiro, é uma dádiva! Não é qualquer pessoa que consegue sentar, ouvir tudo o que você tem a dizer e que se propõe a resolver junto com você o seu problema; ainda que o outro não consiga resolver nada por você e que não consiga fazer a sua dor passar, só ter aquela pessoa ali, do seu lado, te ouvindo e te oferecendo colo já é a melhor coisa do Mundo.
Mas quantas pessoas sabem fazer isso? Quantas pessoas tem a sensibilidade de entender e respeitar o seu momento? Quem consegue entender o seu momento e entender que no momento da dor, você não quer um choque de realidade? Por mais que você já saiba da realidade, naquele momento, você só quer curtir a sua dor, você só quer uma companhia para te amparar e não que alguém fique ao seu lado dizendo 'eu te avisei' ou 'essa não é a sua primeira desilusão e nem vai ser a última'.
Sim, cada pessoa tem uma maneira de confortar o outro; porém, saber calar-se em alguns momentos, é essencial. Afinal de contas, a última coisa que alguém em pleno sofrimento quer ouvir é: 'Ah para de frescura! Você faz disso um evento, parece até que morreu alguém.'
Quem está de fora e que não tem a tal sensibilidade citada anteriormente, não sabe que REALMENTE para você tudo que está acontecendo é um evento sim, um tremendo evento! É a sua vida, ora bolas; aconteceu algo com você, você tem sentimentos e está sofrendo... E sim, morreu alguém! Um pedaço seu morreu, um pedaço seu está despedaçado; seja lá por qual motivo for.
Quando algumas pessoas dizem 'pra quem está de fora é fácil falar', é a mais pura verdade! Se você não tem envolvimento nenhum naquela situação toda, você dá milhões de opiniões e a maioria delas só fere ainda mais alguém que já está sofrendo horrores!
Por que a gente não aprende que uma pessoa em sofrimento não quer nada mais do que um colo para chorar? Muitas vezes ela nem precisa de palavras bonitas, de grandes filosofias, de grandes conselhos... Ela só precisa que você pegue na mão dela e diga: 'Estou aqui, conta comigo para o que precisar. Chora, coloca tudo para fora e saiba que meu ombro está a disposição.'
Sofrer não é frescura, sofrer não é fazer tempestade em copo d'água... Uns sofrem de uma maneira, outros sofrem de outra; algumas pessoas são mais intensas que as outras, é simples!
Temos que aprender a respeitar as especificidades - além de aprender a respeitar o espaço - dos outros; podemos ter maneiras de pensar bem parecidas às vezes, o que leva a aproximação de essa ou aquela pessoa, mas não somos iguais, não pensamos da mesma maneira, não agimos da mesma maneira, não sofremos da mesma maneira.
Passou da hora de aprender que calar e simplesmente ouvir, pode ser um santo remédio e uma ajuda imensurável ao outro; sim, é fácil falar, difícil mesmo é saber ouvir!