sábado, 29 de janeiro de 2011

Nós e a Sociedade

Venho elaborando esse texto na minha cabeça há algum tempo e acho que ele vai ser exposto no momento certo, visto que tenho observado bastante (mais do que o normal) a sociedade em geral, as pessoas, enfim.
Sempre observei demais as pessoas, sempre tive o hábito de prestar atenção ao que fazem, vendo a maneira que andam, a maneira como se vestem, como falam. Posso dizer que, nesse ponto, sou 'fofoqueira', por analisar demais e prestar muita atenção às pessoas.
Mas não acho que seja um hábito de todo ruim, já que fazendo isso, melhoro bastante coisa em mim mesma.
É interessante demais observar as crianças. Mas não criancinhas de 2, 3 e 4 anos; é interessante observar crianças naquele momento em que elas começam a ter maior percepção do mundo a sua volta.
Alguém já parou para ver o quanto uma criança pode ser cruel e o quanto algumas crianças fazem distinção entre os demais, nos seus grupinhos de brincadeiras?
Não falo de todas as crianças, é óbvio, mas é nesse período que parece que os laços de afinidade começam a se formar, parece que é nesse período que começamos a deixar a sociedade influir nas nossas vidas de uma maneira absurda, a qual não deveríamos permitir.
Se você olhar um grupo bem misto de crianças, você verá: negros, brancos, ruivos, japoneses, gordinhos e magrinhos. Certo? E daí, nascem as titulações e também, o afastamento e o isolamento de algumas crianças.
Os ruivos sempre serão os 'cabeça de fósforo', 'ferrugem', 'cabelo de fogo'... 
Os japoneses sempre serão indagados: 'nossa! você enxerga direito com esse olhinho puxadinho?'
Os gordinhos sempre serão 'os palhaços', 'rolha de poço'...
Os magrinhos sempre serão 'palitos', 'salsicha do Scooby Doo'...
Os negros sempre serão 'queimadinhos', 'neguinhos'...
E os demais sempre serão os normais.
Mas espera um pouco aí... Quer dizer, então, que se não formos brancos, magros, altos, robustos e de olhos azuis, não somos considerados 'normais'?
Que tipo de sociedade é essa que exclui tanto e a tantas pessoas?
É nessa fase, de criança, que os 'diferentes', começam a ser deixados de lado e é algo que dura bastante, muitas vezes, até o início da Faculdade e que deixa marcas permanentes nos mesmos.
Nós, brasileiros especialmente, vivemos num país de maioria negra, baixa, de olhos negros, de cabelos negros e acima do peso. 
Aliás, grande maioria da população mundial está acima do peso. Então, por que o 'normal' é ser como uma modelo subnutrida? 
Às vezes me indago se em algum momento, a humanidade se olhou e se aproximou sem se preocupar com o que as pessoas tinham em seu exterior; ou será que esse momento ainda nem chegou? Será que ainda vamos experimentar isso?
As mulheres vivem numa rotina louca de academia o dia inteiro, quase não comer nada a cada 3 horas e chás milagrosos a fim de acabar com imperfeições que, às vezes, só existem na cabeça delas.
Que mulher não tem celulite, que mulher não tem estria, que mulher não acorda com olheiras, que mulher não acorda com o cabelo revoltado pelo menos um dia na semana, que mulher não tem tpm?
E essa mania louca, começou a atingir, também, aos homens... Os homens começaram a colocar silicone no peitoral para que parecesse que malham pesado.
Oi? Em que mundo mesmo estamos vivendo?
Por que não conseguimos viver felizes com o que temos, com o que somos? Por que essa eterna busca por uma beleza que sequer existe?
A beleza que vemos na mídia, não é real. Será que ninguém nunca parou pra pensar nisso?
A todo momento, desde crianças, somos instruídos ao 'modelo certo de beleza' e passamos uma vida inteira escravos disso e tentando fazer com que nossos corpos e nosso estilo de vida se modifiquem de maneira absurda.
Acho que já passou da hora de vivermos por conta própria e fazermos as coisas que quiséssemos fazer.
O que nós temos por fora, vai acabar... Dificilmente as pessoas vão lembrar de você por um longo tempo pelo que você é por fora.
Você será lembrado, sim, pelo que tem por fora, mas durante um período muito curto de tempo.
O que fará as pessoas lembrarem de você sempre e durante muitos anos, é o seu caráter, a sua maneira de ser e agir, ou seja, o que você traz dentro de você.
Mude se for para mudar por você, por ninguém mais. Ninguém merece tanto esforço assim da sua parte, só você mesmo se for o que você desejar.
Fomos feitos à imagem e semelhança Dele, certo? E se Ele é perfeito, também somos. Cada um a sua maneira, claro, mas somos perfeitos e belos.
Viva sem medo e sem influências externas. 

domingo, 2 de janeiro de 2011

Os Inícios

Por que os inícios são sempre fáceis? E quando falo de inícios, falo de inícios em geral.
Todo começo é maravilhoso: o começo de uma nova vida, o começo da vida em um lugar novo, o começo da Faculdade, o começo de um relacionamento... Enfim, inícios são sempre fáceis, prazerosos e felizes.
Mas por que, então, não conseguimos levar adiante, não conseguimos estender para o meio e para o final a felicidade que sentimos quando iniciamos alguma coisa, algum projeto, quando nos propomos a iniciar algo, seja lá o que for?
Será tão difícil assim administrar algo que queríamos tanto num primeiro momento?
Na verdade, nunca estamos preparados para o que vem após o começo; ficamos entusiasmados e acabamos nos esquecendo que o começo não dura eternamente, o meio virá e se não tomarmos cuidado, o fim chega muito rápido; muito mais rápido, até, do que imaginamos.
Não sabemos controlar nossa ansiedade e menos ainda, as nossas expectativas naquilo em que estamos investindo. 
Por que não conseguimos ser realistas? Colocar os pés no chão, mesmo sonhando e ter noção de que pode dar errado; e se der errado, o que fazer depois?
É fácil entender como os começos são felizes quando falamos de relacionamentos amorosos: um casal com até 8 meses de relacionamento, vive a sua melhor fase, sem sombra de dúvida.
Eles ainda estão encontrando os pontos em comum e os pontos de divergência parecem nem existir; é como se tivessem sido feitos um para o outro.
As brigas são praticamente inexistentes, os planos são muitos, os sorrisos, os abraços, os beijos... É uma fase de verdadeiro conhecimento, é quando eles ficam se testando, mesmo que inconscientemente. 
Após esses meses iniciais, parece que aquele casal que antes vivia junto, que vivia sorrindo, se transforma num casal completamente diferente. Parece até que são duas pessoas completamente estranhas uma a outra; é como se nunca tivessem se visto ou se falado antes.
Parece que eles começam a mostrar o seu verdadeiro 'eu'!
Por que temos essa "mania" de querer impressionar o outro mostrando o que não somos?
O ser humano não consegue fingir por muito tempo, em algum momento ele vai tropeçar e vai deixar claro quem é de verdade, o que gosta de verdade e o que não gosta.
Mas por que não fazer isso no início?
Quando um relacionamento começa, é como a busca por emprego. Quando você procura por um emprego, tudo que o empregador ofereça, de bom e de ruim, você concorda, e por que? Simples, porque você quer o emprego!
Porém, passadas algumas semanas você começa a reclamar de absolutamente tudo... Reclama do salário, reclama do chefe, reclama dos colegas de trabalho, reclama por ter que trabalhar aos sábados, reclama, reclama, reclama...
Analisando friamente, um relacionamento é bem parecido. 
Quando você começa um relacionamento com alguém, você percebe do que a pessoa gosta, do que ela não gosta, se é ciumenta, se é chata, se é grudenta, se faz perguntas demais, se faz perguntas de menos, se é carinhosa, se é desligada, se é companheira... Enfim, você percebe, mas finge não perceber porque quer que o relacionamento dê certo e o que faz? Aceita todos os defeitos achando que vai ser capaz de mudar a outra pessoa com o seu amor e sua dedicação.
Um segredo? Ninguém é capaz de mudar ninguém.
Só mudamos quando queremos mudar, não quando outro quer que mudemos.
Desde o início, você vai saber quando uma pessoa está pronta ou não para um relacionamento, basta prestar atenção.
O problema é que deixamos o sentimento falar alto demais e acabamos por sufocar a razão; isso não pode acontecer.
Não precisamos de surpresas desagradáveis, não precisamos nos deparar, de repente, com um outro 'eu' da pessoa que está do nosso lado. Para isso, basta apenas prestar atenção aos sinais e é isso que não fazemos.
O nosso mal, é não prestar atenção nas pequenas coisas; são elas que realmente têm importância.
Nada grandioso é realmente importante... Não são as coisas grandiosas que mostram quem somos de verdade. Pense!
Os começos são bons, muito bons... Aproveite-os! Mas saiba como aproveitá-los. 
Não viva como se aquela fosse a última oportunidade da sua vida, pois com certeza você acabará por misturar 'pé com cabeça' e as chances desse começo se transformar em meio e fim, são mínimas.
Subestimamos demais nossos relacionamentos, achando que eles se auto regulam e que vão terminar bem, mesmo sem que façamos algo para que terminem bem.
Queremos que tudo seja diferente, que nossos começos sejam diferentes... Para isso, temos que fazer diferente, agir diferente.
Se deixarmos as coisas correrem soltas e esperarmos demais dos nossos 'começos', vamos terminar sofrendo e achando que nada, nunca vai dar certo.
Por fim, uma reflexão, a qual me guiou para esse post sobre os inícios:
"Os inícios são sempre ótimos e os finais, sempre tristes... mas o que acontece no meio é o que realmente importa! Quando vier o começo, controle a ansiedade, para que tudo termine bem"