domingo, 6 de fevereiro de 2011

O Óbvio

Por que é tão difícil para nós prestar atenção às coisas que estão na nossa frente; ou como diz a sabedoria popular: as coisas que estão na "nossa cara"?
Será que por ser óbvio demais não damos importância ou por que é fácil, ficamos desconfiados, pelo fato de estar ali ao alcance das mãos?
A verdade é que o ser humano é propenso a gostar do difícil, do que é inatingível, do impossível e do que mais faz sofrer. 
O caminho para o impossível, gera expectativa, gera sonhos, gera desejos... E por fim, frustrações! 
Posso exemplificar para ser mais fácil de ser compreendido: passamos a vida procurando felicidade plena, mas procuramos em coisas grandiosas e externas à nós e deixamos de procurar no lugar mais óbvio: dentro de nós.
A felicidade plena só existe em nosso interior e nós precisamos aprender a colocá-la para fora. A felicidade não é algo externo a nós; o que nos é externo, nos traz felicidade momentânea e nos faz acreditar que "felicidade não existe, o que existe são momentos felizes".
Felicidade existe sim! Só que não podemos esperar que ninguém seja feliz por nós ou que alguém nos ensine a ser felizes, e ninguém é capaz de nos fazer felizes. Quem acredita que é feliz porque outra pessoa o faz feliz, tem grandes chances de levar um tombo. Os únicos capazes de nos fazer felizes, somos nós mesmos, ninguém mais.
Um outro exemplo é a nossa procura eterna pelo amor verdadeiro.
Passamos a vida procurando felicidade, mas passamos a Eternidade procurando pelo amor.
Mas o básico para amar alguém, nós nunca fazemos.
Eu posso perguntar a qualquer pessoa, já esperando a resposta: quem de nós se ama realmente? 
Poucas são as pessoas que dirão que se amam.
Ora, se não nos amamos e não nos respeitamos, como esperamos que alguém nos ame e nos respeite?
Um famoso escritor uma vez disse que todos os dias, deveríamos praticar o seguinte exercício: pegar um espelho e dizer "eu te amo"; assim, uma hora ou outra, aprenderemos a nos amar.
Mas será assim, tão difícil amar a si mesmo? Somos capazes de amar pessoas, animais, lugares, cheiros e até objetos, mas não conseguimos nos amar. É uma incongruência. 
Mas enfim, voltemos a falar sobre nossa eterna busca pelo amor...
 Mais uma vez, concluo ser algo óbvio. E por quê?
Simples: pense num amor que você já teve na vida, mesmo que não tenha dado certo. Feito isso, pense em todos os lugares onde você procurou antes de encontrar essa pessoa. Procurou bastante e em diversos lugares, certo? E essa pessoa estava onde? O mais próximo possível de você, com certeza.
Era um amigo, um conhecido, alguém que trabalhava perto da sua casa, mas que por algum motivo, você nunca olhou com outros olhos ou que nunca enxergou de maneira diferente, até um dia, seu coração bater de maneira diferente por esse alguém ou por ter passado a enxergá-lo.
Exercitar nosso amor próprio é o primeiro passo, inclusive para encontrar a tal felicidade que tanto buscamos.
Já passou da hora de pararmos de depender de outras pessoas para podermos ser felizes de verdade.
O segundo passo, é passar a prestar atenção nas pequenas coisas, àquelas que consideramos sem valor e prestar atenção às pessoas a nossa volta. Tem sempre alguém por perto, que vai fazer diferença. SEMPRE!
Temos que parar com essa busca desenfreada por tudo e em lugares inusitados. 
O que mais queremos, encontramos nos lugares mais óbvios!

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